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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Nosso cortador de PET - passo a passo

As embalagens PET vieram para substituir algumas embalagens, sobretudo as de vidro, barateando o custo destas embalagens e reduzindo o risco de acidentes causados pela quebra, no entanto, não são recicláveis ou retornaveis para a mesma utilização  e não se degradam na natureza, trazendo assim um acúmulo de toneladas de lixo. Algumas vezes são utilizadas para reembalar alguma coisa ou em algum tipo de artesanato, porém quando perdem a nova função, são novamente descartadas. 

As tiras ou cordas de PET são umas proposta do Sisteminha que além de substituir pregos e arames no tanque, minhocario e galinheiros, trazem economia em relação aos materiais que substituem e dão um uso, digamos mais duradouro ao recurso. Já havíamos começado a falar sobre isto por aqui. A seguir mostraremos como fizemos e utilizamos o nosso cortador de PET.

Vamos esquematizar:

Do que vamos precisar? De materiais muito simples e acessíveis.


Um pedaço de madeira de pelo menos 12cm e que possa ser segurado com uma mão com facilidade.
Podemos utilizar um pedaço de segueta ou uma lâmina estreita de estilete.
Precisaremos também de 02 parafusos pequenos e curtos que servirão para segurar a lâmina no lugar.
Na estremidade da madeira sera feito um corte profundo que servira para limitar a largura da fita de PET.
O corte transversal onde a lâmina será encaixada deverá ter uma inclinaçao em ângulo de 45°.
O chanfro da lamina deverá ficar para cima neste encaixe.
Para marcar os parafusos, posicione a lâmina com o chanfro para cima no corte em ângulo.
Marque dois furos, um de cada lado do corte vazado na madeira, com a ajuda de um prego.
Depois de feitas as marcações é só parafusar de modo a segurar a lamina no lugar.
Com a ajuda de um alicate corte as sobras da lâmina rentes à madeira.

Pronto. O cortador está pronto para uso. 



No vídeo acima pode-se ver todos estes passos e como a utilizaçao é simples e rápida.


terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Abelhas e produtividade

As abelhas aumentam a produtividade de grãos, em média, até 30% segundo algumas pesquisas e sua extinção ameaça, inclusive o proprio ser humano. 

Outro dia, em um grupo de discussão do qual participamos, alguém perguntou: Por que não incluirmos a apicultura no sisteminha? O que podemos dizer é que sim. Sim, hoje elas já estão incluídas nos módulos do Sisteminha.
Os lugares com temperaturas mais altas são muito propicios à produção de mel e em um sisteminha há vários tipos de frutas, que florescem em épocas diferentes.

As abelhas necessitam de floradas o ano inteiro, e com a prática do escalonamento de produção isto é muito possibilitado e o fornecimento de alimento artificial para elas é perfeitamente dispensável .

Elas aparecem em todas as floradas, principalmente as abelhas nativas como a Jataí e a Marmelada, além da solidária Mamangaba. Na verdade aparecem em quase todas as floradas porque na verdade quando tem opção, elas não preferem as flores do neem indiano, que preocupa tanto apicultores quanto melicultores. Falamos um pouco sobre isto no vídeo.



Em outra postagem colocaremos o passo a passo da morada de Jataí que aprendemos e que foi mostrada no vídeo.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Antes da estrada







Por Karla Caetano


Ia sacolejando, sentada nos bancos hora empoeirados, hora emlameados da velha van que mais se assemelhava a um carro de guerra tentando romper a estrada. Estrada nunca fácil.  Sempre longa demais nos seus poucos quilómetros. Por ser longa demais, viajar por ela me levava além dela, em pensamentos distantes. Cada trecho remetia a um pensamento sem tempo e nem espaço, aparentemente muito abstrato. As velhas barrigudas corriam ao lado mesmo que estivessem paradas em seus quase eternos lugares. São majestosas as barrigudas. Entrecortando a visão do horizonte distante. Entre elas, a estrada e o horizonte, pontos brancos preguiçosamente pastejam o verde. Gado branco, cuja história começa em outro continente, mas termina aqui em outro distante. Talvez por causa dele, a estrada, que nem sempre existiu, mas que existe e precisa ser penosamente trasposta. O céu azul quase sempre, ainda. Nuvens que mais parecem borrões de um artista que se cansa delas e constantemente as pinta de novo. As vezes se derramam na estrada e a tornam mais longa e cansativa e escorregadia. Muitas vezes não se derramam e a tornam insuportável, esbraquiçada de pó, que invade os pulmões sem pedir licença. A estrada é sempre a mesma. O que muda são os humores dela, ou de quem passa por ela. Há que se passar por suas provas e há quem diga que mais importante que o destino é o caminho. Eu digo que mais importante que o caminho é a viagem que fazem os pensamentos que passam por ela. A estrada nem sempre existiu, mas os caminhos sempre. Um dia um caminhante cismou de fazer a estrada para que todos fossem obrigados a passar por ela. Tolo. Nem todos passam por ela e os que passam nunca fazem o mesmo caminho. A única coisa que não muda é a terra, que mesmo pisoteada, pastada, lavada pelas enxurradas, revirada ou empurrada de um lado para outro e de volta ao mesmo lado, está lá assistindo e contando a história dos tempos para quem quer que queira saber. A questão é que a história é muito mais longa, infinitamente mais longa que a estrada que passa por ela e pela qual somos impelidos a passar também, em algum ou em muitos momentos. Fatigados ou prazerosos. Vai depender dos humores e da disposição. Da estrada e de quem passa por ela.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Plantar, colher e colher. Bom domingo!

Milagre do escalonamento. Nosso milho crioulo está lindo e saboroso. E como é bom ouvir o estalo da espiga se quebrando no pé. Semana após semana.





sábado, 24 de fevereiro de 2018

Os módulos sugeridos pelo Sisteminha

O Sisteminha tem um tanque como coração de um esquema elaborado para proporcionar uma meta muito clara, e nobre, cujo nome oficial deixa ainda mais claro. Acontece que Sisteminha é apenas um apelido carinhoso para 

SISTEMA integrado alternativo para produção de alimentos 


Voltado para agricultura familiar.  E segundo o resumo encontrado no site: "Na Embrapa Meio-Norte/UEP Parnaíba, foi instalada uma unidade demonstrativa do Sistema integrado alternativo para produção de alimentos, para treinamento de produtores familiares, que teve início em dezembro de 2011." Aqueles que lidam com um projeto adaptado como é o nosso caso, sabem que o "demonstrativo" já ganhou pernas, e até asas, pois já faz tempo que saiu da Parnaiba e ganhou o mundo, já chegou até no continente africano.

Para isto acontecer, realmente não bastava ser "apenas" criar peixe, tinha mesmo que ser mais do isto, como de fato é. Por isso a proposta de módulos:


Pelo esquema, dá pra perceber que é possível ter varias opções produtivas sem, no entanto, precisar ter espaços muito grandes. Tornando as possibilidades de segurança alimentar possiveis para muitas familias que hoje nem se atrevem a sonhar com isto.

O professor Luz Caros Guilherme lembra que "Atualmente as abelhas já são contempladas no sisteminha: são 13 modulos no sisteminha (Tanques para peixes, produção de aves para postura (galinha e codornas), Frango de corte, compostagem, minhocas (humus), horta convencional e aquaponia (também usada para forragem hidroponica),  caviacultura (porquinho da india), suinocultura, ovinos e cabras, outros ruminantes (vaca mestiça),  larvas de moscas, abelhas (nativas ou africanizada (dependente de onde se localiza o sisteminha). E atualmente validando os modulos para independencia em energia (modulo solar) e biodigestor.
As familias decidem a sequencia de montagem dos módulos e somente se lhes interessa."

Nas proximas semanas falaremos mais sobre este assunto.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Plantio dos Anjos - Resultados esperados

Segundo as pesquisas que fizemos, estes são alguns dos resultados esperados em relação ao método conhecido como Plantio dos Anjos, ou MPA (Método de Plantio do Anjo):

► Os alimentos terão um sabor muito melhor – e você vai descobrir que alguns alimentos que antes eram indesejáveis, se tornarão deliciosos;
► Os níveis nutricionais desses produtos se tornarão extremamente elevados, pois as plantas absorvem mais nutrientes.
► Uma longa vida de prateleira, os frutos durarão muito mais antes de começar a se estragar.
► A pressão de insetos sobre esses alimentos será muito menor, pois a planta fica mais vigorosa para se defender dos ataques de pragas.
► Os animais também preferem esses alimentos altamente nutritivos – e deixarão de visitar seus vizinhos para se deliciarem com seus produtos – portanto, previna-se.
Ainda segundo um dos sites pesquisados "A experiência das pessoas que usaram o método mostram que o resultado final pode não ser necessariamente mais frutos ou maior peso por acre, mas maior peso por bacia (e qualidade muito superior). Você terá os melhores produtos, e esse tipo de alimento você não encontrará no supermercado."

Lynn Hoag compara duas plantas, segundo ele, de mesma idade.
Nas buscas também chegamos a encontrar críticas severas ao método que é divulgado principalmente pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, já que a autora e divulgadora, Ellen White, falecida a mais de cem anos, pertencia a doutrina. Existe inclusive, um vídeo na internet de Lynn Hoag, um pastor que quando tinha uns 13 anos de idade, afirma ter tido aulas diretamente com Hebert Clarice White, um membro da família, e que tem usado e ensinado o método nos Estados Unidos. Então além das acusações de "manipulação" por parte da igreja, existem ainda as de que o método seja antiquado, ou milenar (em sentido pejorativo). Os críticos também se ressentem de ser chamado "moderno", mas talvez tenhamos de levar em consideração a época em que começou a ser divulgado nos Estados Unidos, por volta do final dos anos de 1800 e também o fato de que métodos mais antigos tem ganhado destaque nos últimos anos. A doutora Ana Primavesi, pioneira no manejo ecológico do solo e um dos nomes mais respeitados quando o assunto é produção de alimentos saudáveis, numa matéria da Revista Globo Rural argumenta que  “Durante dois, três, quatro, cinco mil anos a produção sempre foi orgânica. Agora, de repente, isso não funciona mais?". Este argumento já nos convence a uma tentativa não é verdade?


O Método de Plantio dos Anjos não é nenhum mistério, mas é pouco divulgado, é bem diferente do que a agricultura moderna propõe, mas ao mesmo tempo é muito simples. O processo é um pouco mais trabalhoso, porém, segundo aqueles que o aplicam, o resultado compensa o esforço. Seja como for, para aqueles que tem alguma experiência com plantio e se dedicam a estudar as práticas agrícolas, sobretudo dentro da agricultura orgânica, o método faz sentido. Por este motivo o estamos testando entre outros, aqui na chácara Dona Kaetana. Fizemos um vídeo e pretendemos ir dando retorno por aqui também.









quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Frutas mais saudáveis

Uma das coisas que mudaram após o Sisteminha foi o modo como passamos a cuidar das fruteiras. Quando chegamos em nossa parcela acabamos por ser responsáveis por deixar nossa terra judiada, não por maldade, mas por ignorancia ou mesmo afobação. Depois, para tentar recuperar alguma coisa fizemos curso de poda, de calda, de armadilhas naturais, tudo orgânico e bem vindo, claro.


No Sisteminha podemos escalonar inclusive frutíferas, como é o caso do mamão por exemplo, onde cada vez que um pé alcança cerca de 1 (um) metro de altura é hora de plantar outro pé e isto nos garante o fruto  praticamente o ano inteiro.


As goiabeiras e pinhas são mais perenes e alcançam longos anos. Pela experiência percebermos que a água superficial do sedimentador, direto no pé delas, pelo uma vez por semana ajuda muito na carga dos frutos. Esta goiabeira da foto tem mais de 10 anos e nunca tinha dado frutos aproveitáveis e nem em quantidade até que começamos com o tanque e a compostagem a menos de 2 anos. 

A qualidade do solo melhorou química e fisicamente. Solo melhor, plantas mais fortes, resistentes e produtivas.  Descobrimos que a planta precisa mesmo é da terra e quem precisa de cuidado é a terra. Até a melhora do solo algumas alternativas podem ajudar as frutas a se defenderem dos ataques de insetos como é o exemplo das armadilhas de pet para moscas da fruta.






quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Como fizemos o nosso sedimentador

Calculamos, como já dissemos, que o sedimentador deve ter capacidade para cerca de 1% do volume de água do tanque.  Nosso tanque teve várias adaptações em relação ao tanque tradiciobal do Sisteminha.  Uma deles foi em relação a capacidade de água. Ele pega entre 12 e 14 mil litros de água, então o sedimentador deveria ter pelo menos 150lts de capacidade. Um balde não serviria e uma forma de areia para estas proporções também não seria o mais indicado.

Solução encontrada
Tinhamos uma forma de manilha e uma manilha já pronta de 150lts de capacidade, mas, ela não dava na altura do tanque, pelo contrário, era muito mais baixa. 

E como ela precisou ser colocada à nível para receber a água do tanque e queriamos aproveitar o recurso, então foram feitas placas de cimento, moldadas na areia com auxílio de uma forma de madeira semelhante as formas usadas para o tanque de placa que sugerimos aqui.

Isto serviu bem ao propósito, pois conseguimos a altura desejada com total aproveitamento dos recursos já disponiveis. O sedimentador foi posteriormente rebocado externamente e é este que utilizamos até então.

Localização da bomba
Acima da escova de nylon posicionada na metade da altura do sedimentador. 

Como ele ficou com dimensões bem maiores esta escova também foi adaptada ao seu tamanho. No total ele tem capacidade para cerca de 300lts de água.Assim a bomba devolve a agua mais limpa possível de volta ao tanque. O vídeo abaixo demonstra o processo.




terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Função e tipos de sedimentador usados no sisteminha

Minha maior dúvida é como montar o sedimentador? Como é por dentro? Que altura fica a bomba? O tamanho do sedimentador em relação a quantidade de água do tanque? Se puder me orientar desde ja agradeço. Estas foram algumas perguntas feitas por um leitor que nos acompanha e que são repetidas por outras pessoas em muitas ocasiões. Vamos tentar responde-las dentro do que já conhecemos.

Importância 
Nas palavras do professor Luiz Carlos Guilherme "Não há acumulo de substãncias tóxicas como a amonia (que é 100% degradada no biofiltro) e há também a retirada diária dos residuos solidos (fezes e sobras de ração) no sedimentador. O grande avanço que este tipo de criação proporcional é exatamente a recirculação da água e retirada dos resíduos do sistema e aproveitamento na compostagem e criação das minhocas." Ou seja, além de retirar a sujeira do tanque o sedimentador ainda possibilita que ela seja retirada para ser reciclada e produza adubo de qualidade e sem contaminação do solo.

Tamanho 
Calculamos que o sedimentador deve ter capacidade para cerca de 1% do volume de água do tanque. Assim, para o tanque tradiciobal do Sisteminha que tem cerca de 6.000 litros, será preciso um recipiente de 60lts. Sugerimos que a altura do sedimentador esteja nivelada com a altura do tanque.

Localização da bomba
Sempre acima da escova de nylon ou do balde cordas que ficam posicionados até a metade da altura do sedimentador. Assim a bomba devolve a agua mais limpa possível de volta ao tanque.

Vamos aos tipos mais usados no Sisteminha


Moldado na areia - Este sedimentador surgiu praticamente junto com o projeto da Embrapa Meio-Norte. Segundo o professor Luiz Guilherme "A construção do balde do sedimentador com formas de areia que reduziu de R$ 150,00 na compra de um balde de primeira linha (branco) resistente à luz UV para R$ 10,00 foi algo importante." 
Se for fazer para balde de 60 L de cimento, será preciso:
• 3 latas de areia média (lata de 18L)
• 1 saco de cimento

• 20 cm de cano de esgoto 40 mm.
Deve-se preparar a massa de cimento e envolver com ela o molde criado com a medida de areia sugerida. Esperar secar e curar e depois retirar a areia com uma colher de pedreiro. 


Balde plastico - Pode-se utilizar balde de 60 L de plástico de boa qualidade. Neste caso,  você também  vai precisar de:
• 1 saída de caixa d’água de 40 mm
• 20 cm de cano de esgoto de 40 mm
A função e utilização são as mesmas.

O que usamos no nosso Sisteminha foi uma adaptação nossa, devido ao tamanho bem maior do tanque. Veremos isto em outra postagem.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Mamangaba na janela



Por Karla Caetano


Uma mamangaba raramente ferroa, dizem; a não ser que seja provocada; quando isso ocorre, porém, a sua ferroada é muito dolorosa, dizem. Não sei. Felizmente nunca senti que deveria provocar nenhuma. Dizem também que diferente de outras abelhas, ela não morre ao ferroar, podendo repetir a dose se sentir necessário. Pelo tamanho que é, melhor seria não mexer com uma delas.
Outro dia, pude ver muito bem e de perto, arriscando-me, uma que teimava em tentar voar através do vidro da janela. Acho que abelhas e passarinhos nunca entenderão que força é esta que os segura no lugar, como uma parede que não podem sequer imaginar, quando o horizonte para onde querem alçar voo é tão visível e está logo à frente. Acontece que as flores do maracujá do mato estão se abrindo e seu perfume suave e adocicado é evidentemente algo a que não podem, e nem devem, resistir. O fruto depende dela, talvez mais, do que ela, dele. Ela tem outras flores para cheirar, dançar e saracotear em cima. Adora as raras, esparças e por isso, esnobes, flores da ora-pro-nobis. Mas o maracujá do mato, tem desaparecido dos cerrados. Não há nele interesse de mercado, talvez por ser miúdo comparado ao outro, talvez por ser tão sazonal. Não sei. Não há dedos em luvas de algodão roçando seus pistilos cobertos de pólem e tocando outros, das flores adjacentes, na tentativa desajeitada e indelicada, de imitar as abelhas, só que as pressas, que tempo é dinheiro, sem voo e sem dança, para assim, sem poesia alguma, poloniza-los a tempo de garantir a safra.
Eu soube outro dia, que existe uma Lei, pra salvar o mangangá, como é chamado em tupi. Pela sua importância na polinização de vários tipos de plantas, principalmente o maracujá, não o do mato, de sumo branco-leitoso e aromático. A perseguição do muganga, sim, mais outro nome, ou sua destruição, caça ou apanha é proibida no Brasil. Felizmente. Mais o bichinho não sabe e muita gente também não. Verdade que não se vê por aí contrabando deles, nem campanhas de ódio contra ele, sim porque hoje em dia o ódio é moda. Mas de que adianta se dão fim aos maracujás nas queimadas ou na formação de pastagens, ou nas pulverizações de lavouras, ou na criação de desertos verdes de eucaliptos ou outra espécie viável aos bolsos já fartos, nem que seja das dívidas acumuladas pela vida e com a vida. 
Mas voltando ao vidro, voltando ao mangangá, deixei-o lá lutando com ele. Me acovardei em tentar ajuda-lo a encontrar a saída logo ao lado, por que a janela estava aberta. Tive medo da ferroada. Achei que ele na tentativa louca de alçar seu voo ao infinito e aos perfumes florais, lá de fora, acabaria por encontrar sua saída.
Mais tarde quando voltei, perdida no meio das labutas do dia, já esquecida, ou talvez crendo  que o bichinho aquela hora já se refastelava nos brancos e lilases daquela flor de maracujá, cuja trepadeira se agarrava ao pé das pinhas, ali tão perto da janela. Vi o que me arrependi de ver. Decepção. Vi suas grandes asas negras na boca de um calango de convenção, a majestosa abelha foi o seu lanche aquela tarde.
Concluí que o homem é sempre, ou na maioria das vezes, culpado por suas escolhas, nem que seja pela omissão.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Depois de muitos domingos de aridez

Chegamos ao Sisteminha quando estávamos em uma pesquisa sobre SAF. Pesquisa aqui,
pesquisa ali, chegamos a um certo tanque de papelão e a um tal de escalonamento de produção.

Tínhamos dois problemas:
- água escassa
- falta de dinheiro para implantar um SAF
O Sisteminha nos pareceu, imediatamente a solução. Iriamos escalonar nosso SAF a partir do tanque.

Nossa água ainda é  escassa e nossa renda "em papel dinheiro" ainda é pouca. Porém a qualidade de vida aumentou e a comida na mesa é saborosa e segura.

Agora, a paisagem árida tem aos poucos se transformado no que se vê.

sábado, 17 de fevereiro de 2018

PANC no Sisteminha::: Coração de Banana

No nosso Sisteminha tem bananeira de varios tipos, por termos espaço, temos prata, maçã, nanica, da terra e ourinha.
 Em comum elas tem o que dependendo da região é chamado de pendão,  mangará, flor, umbigo ou coração de bananeira. Todas tem. Na maioria dos lugares ele é jogado fora. Aqui ele é comida gostosa ou é remédio. Depende da vontade ou da necessidade.

É a PANC de  hoje,  e vamos trazer duas receitas.

Uma forma de fazer que usamos aqui:

Salada de Coração de Bananeira 

Ingredientes - 
  • Um coração de banana;
  • Uma colher de sobremesa pequena de Sal (ou a gosto);
  • Tomates picados;
  • Cebolinha ou cheiro verde picados;
  • Cebola em rodelas finas;
  • Orégão;
  • Azeite de oliva.

Modo de preparo:
Corte o coração da bananeira em fatias finas, ele é fibroso, então elas nao devem ser largas. Vá fatiando e jogando em uma bacia com água pura para não oxidar. Quando estiver tudo picado e dentro da bacia com água agite um pouco. A agua ficará esbranquiçada por causa da nódoa. Escorra e encha a bacia com água novamente e repita o processo mais duas vezes. A água ficará transparente. Afervente em agua com sal até ficar ao dente. Neste ponto, basta escorrer até esfriar e está pronto para qualquer receita. No caso da salada misture o coração de bananeira com o  com tomate, a cebola e os temperos. Finalize com o azeite de oliva, cubra e reserve na geladeira até a hora de servir.

Sugestão:
Use um azeite de qualidade e experimente coloca-lo em boa quantidade.

Dica: É muito utilizada refogada e substitui, por exemplo, uma carne desfiada como recheio de pasteis ou mesmo acompanhamento de refeiçoes do dia a dia. E ela é muito saborosa por si mesma e que agradece todo temperinho ajuntado à ela.

Xarope de coração de bananeira


Ingredientes:
1 coração de bananeira bem higienizado;
1 xícara de chá de mel puro (se não tiver, usar rapadura) ;
1 beterraba ralada;
4 fatias de abacaxi.

Preparação:
Em primeiro lugar, coloque num recipiente não metalico, o coração da banana picado em fatias finas, as rodelas de abacaxi, o açúcar mascavo ou mel e a beterraba ralada. Cubra com um pano limpo e deixe macerando durante toda a noite. Coe o melado produzido num frasco de vidro limpo e fervido. Mantenha na geladeira.

Modo de usar:

Ingira uma colher de sopa deste remédio de oito em oito horas.

Indicações:
Alivia sintomas de tosse, asma, bronquite e anemia.

 






sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Plantio dos anjos - Passo a passo

Acreditamos que a melhor forma de descobrir se um método funciona é testando. Outro dia meu filho chegou em casa após uma aula no curso de gestão ambiental e disse que entre outros métodos, um deles tinha chamado sua atenção, um conhecido por "Plantio dos Anjos". Resolvemos pesquisar e resolvemos testar. Algumas partes do método já são usuais, como por exemplo a retirada de terra com pouca materia organica e sua substituição por solo enriquecido, outras partes já são mais incomuns.

Esse método começou a ser implantado no Brasil, pela “Escola de profetas”. Eles aplicaram o método em Sairé, Pernambuco, num solo de difícil cultivo. Nós estamos testando o método aqui na Chácara Dona Kaetana e mostramos os passos que seguimos aqui.

Destaque:
Comentário do Antônio Honorio no vídeo que postamos no YouTube - "Parabéns pela postagem, maravilhoso o vídeo já fiz esse curso com o pessoal que veio da América para o Brasil. Nos próximos berço dívida 1 balde de cinza de queimada p/ as duas partes, que contem matéria orgânicas. No primeiro terço de terra um balde com água, isso fara c/ que os micro organismo já comece a trabalha, e no fim quando já estiver terminado de cobri o berço, antes da cobertura morta, outro balde com água, desta vez com meia mão de SAL grosso desse que da para o gado, dissolva e irrigue o berço, isso fara com que o BRIX aumente, repita 3x ao ano, serve para qualquer fruteira, c/ a ressalva se a água q/ enrigua já esteve auto teor de sal desconsidere esta parte, o sal grosso contem cerca de 96% de proteína, e fará c/ q/ os frutos dure muito mais tempo em natura. Plante 4 culturas diferentes de espécies diferentes nas quatros laterais do berço, de círculo curto, dependendo da fruteira pode permanecer cultivando nas laterais, Ex: Abobora, Feijão (tem que ter p/ levar nitrogênio ao solo pelas raízes), Abacaxi- (trabalha em corrigir a acidez do solo), Melancia. tudo para aproveitar a mesma água e os mesmos minerais com produtividade dinâmica em conexão com a rede de espécies diferentes, as plantas não competem entre se pelo contrário elas trocam minerais."

Etapas:

1- Escolher o local e cavar um berço com cerca de 80cm de lados e fundo. No nosso caso fizemos com 1m³ (1mx1mx1m);



2- Separar a terra de baixo e a terra de cima. Neste caso se percebe pela diferença de cor do solo;


3- colocar tubos de arejamento no fundo (furos protegidos por pedras grandes) ou baldes, ou mesmos galões cortados como bacias (como foi nosso caso). Também protegemos os furos com um pedaço de tela de sombrite para impedir a entrada de terra;



4- Com a metade do solo do topo fazer uma mistura de uma parte igual de solo do topo + uma parte de  adubo orgânico (estrume), serrapilheira (folhas secas) e um punhado de fosfato (pó de rocha) e outro punhado de cálcio (cal, farinha de ossos);



5- colocar metade da mistura do solo do topo em uma terça parte do buraco, 



cuidando de ir compactando um pouco;




6- colocar uma camada de rocha (pedras maiores) para ionização do solo (segundo o Pr. Lynn Hoag, divulgador dos metodo há mais de 20 anos, as pedras favorecem as trocas de cargas elétricas e em eletroquimica isto faz muito sentido) . Não precisa espalhar por todo o buraco, nem empilhar (pode ser brita se não tiver pedras maiores ou cascalho);


7- Colocar  a outra metade do solo do topo sem adubação no segundo terço do berço;


8- colocar um pouco do restante da terra preparada e colocar a muda em cima;



9- colocar o restante da terra terminando de encher o buraco e algumas minhocas e húmus.



10- Colocar uma camada de mulch (palha seca, pequenos galhos, cavacos de madeira) para manter a umidade do solo.



Segundo a pesquisa que fizemos, Ellen Gould White (1827 - 1915) foi a escritora americana mais traduzida da história da literatura mundial. Segundo se conta, em um momento no qual sua família enfrentava dificuldades com suas plantações por causa do solo, ela teve a visão de um anjo que lhe dizia como deveria fazer para obterem resultados ali. Ellen White e seus familiares criaram então, um método conhecido como “Plantio dos Anjos”, que foi aplicado em diferentes solos e em diversas ocasiões. Muitos anos mais tarde seu neto, Hebert White, criou um diagrama que mostrava claramente como deveriam ser plantadas as árvores na propriedade. Muitos seguiram o método com sucesso e ele permanece até os dias de hoje.

Em outra postagem, falaremos dos resultados esperados e colocaremos o vídeo e quem sabe também um esquema. Até lá.