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terça-feira, 2 de julho de 2019

O nada

por  Karla Caetano















Fico me indagando sobre o que seria um mundo vazio: 
de homens e mulheres cheios de vontade aliada a ação; 
de empatia que não seja para o próprio benefício; 
ou daqueles que primeiro observam atentamente para depois ensinar; 
de generosidade desinteressada;
ou daqueles que mesmo sem meios ou incentivo, criam bons caminhos para outros trilharem.

Fico mesmo me indagando sobre o que seria um mundo vazio: 
de homens e mulheres cheios de altruísmo; 
de amor que não seja o amor próprio dos ególatras; 
ou daqueles que pensam da causa para o efeito; 
de sabedoria aliada a bom senso;
ou daqueles que mesmo não sabendo, buscam com todas as forças e esforços, saber.

Fico ainda, me indagando sobre o que seria um mundo vazio: 
de homens e mulheres cheios de respeito para com a escolha do outro;
ou daqueles que lançam a semente no solo, e regam, e zelam dela até que produza a colheita;
ou dos resilientes, que como o bambu, teimam em por-se de pé após as ventanias;
ou daqueles que lutam as boas causas, mesmo que não sejam as suas;
ou também daqueles que ensinam quando todos já desistiram.

Teimosamente me indago sobre o que seria de um mundo vazio: 
de homens e mulheres que plantam tâmaras sabendo que nunca as colherão;
daqueles que batalham contra os des-progressos do progresso;
ou ainda daqueles que creem que o conhecer da história evita percalços desnecessários;
ou da energia dos jovens;
ou da experiência dos vividos.

Quanto mais me indago, mais sei que este mundo de fato, não seria.