por Karla Caetano
Fico me indagando sobre o que seria um mundo vazio:
de homens e mulheres cheios de vontade aliada a ação;
de empatia que não seja para o próprio benefício;
ou daqueles que primeiro observam atentamente para depois ensinar;
de generosidade desinteressada;
ou daqueles que mesmo sem meios ou incentivo, criam bons caminhos para outros trilharem.
Fico mesmo me indagando sobre o que seria um mundo vazio:
de homens e mulheres cheios de altruísmo;
de amor que não seja o amor próprio dos ególatras;
ou daqueles que pensam da causa para o efeito;
de sabedoria aliada a bom senso;
ou daqueles que mesmo não sabendo, buscam com todas as forças e esforços, saber.
Fico ainda, me indagando sobre o que seria um mundo vazio:
de homens e mulheres cheios de respeito para com a escolha do outro;
ou daqueles que lançam a semente no solo, e regam, e zelam dela até que produza a colheita;
ou dos resilientes, que como o bambu, teimam em por-se de pé após as ventanias;
ou daqueles que lutam as boas causas, mesmo que não sejam as suas;
ou também daqueles que ensinam quando todos já desistiram.
Teimosamente me indago sobre o que seria de um mundo vazio:
de homens e mulheres que plantam tâmaras sabendo que nunca as colherão;
daqueles que batalham contra os des-progressos do progresso;
ou ainda daqueles que creem que o conhecer da história evita percalços desnecessários;
ou da energia dos jovens;
ou da experiência dos vividos.
Quanto mais me indago, mais sei que este mundo de fato, não seria.