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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Saborá









por Karla Caetano

Trigona devia chamar triguinha de tão pequeninha, 
Sanharó, Benjoim, Jandaíra-preta, Vorá, Voraz, Irapuã
Se enrosca nos cabelos da menina, assustando a menina
que quando sente o cheiro da resina perde logo o medo, sabe que não tem ferrão.

Plebeia devia chamar princesa, é filha de rainha
mas é Mosquita, Mosquitim, quando muito, Mirim e Jataí
Discreta, humilde que só ela, tem lá muito valor 
O mel meio azedinho, dito medicinal atiça cobiça
Mas onde tem flor, tem ela.

Melipona varia, mas não é variada
Não cheira a marmelo, mas a chamam Moça branca, Marmelada.
Nidifica na taboca, no oco do pau, lá no curral, 
é sim, que eu já vi.
Guarda em potes diferentes, cônicos, ovóides
o mel e o saborá.

Ápis é ápis, aqui em qualquer lugar
caucasia, italiana, alemã, africana, europa,oropa.
continua sendo ápis,
de mel dourado e cera pálida
de própolis denso e pólem rico.
Guerreiras, não aceitam brincadeiras 
só não devoram mais que as arapuás nos bananais.

















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